quinta-feira, 21 de maio de 2009

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O que é?

Apesar da sua origem exacta ainda não estar concluída, as evidências indiciam cada vez mais que a esquizofrenia é um grande transtorno do funcionamento cerebral. A questão sobre a existência de várias esquizofrenias e não apenas uma única doença não é um assunto novo. Primeiro, pela diversidade das suas manifestações além das formas atípicas, que são conhecidas há décadas. Segundo, pela sua analogia com outras áreas médicas como o cancro. O cancro para o leigo é uma doença que pode atingir diferentes órgãos. Na verdade trata-se de várias doenças com manifestação semelhante. Na esquizofrenia talvez seja o mesmo e o simples facto de tratá-la como uma doença só que atrapalha a sua compreensão. Poucas pessoas sabem sobre a exixtência dessa doença. O máximo que se conseguiu obter foi o controlo dos sintomas. Nem sua classificação, que é um dos aspectos fundamentais da pesquisa, foi devidamente concluída.
Como começa?

A esquizofrenia pode desenvolver-se gradualmente, tão lentamente que nem o paciente nem as pessoas mais próximas percebem que algo está errado, só quando os comportamentos abertamente desviantes se manifestam. O período entre a normalidade e a doença deflagrada pode levar meses. Por outro lado há doentes que desenvolvem esquizofrenia rapidamente, em questão de poucas semanas ou mesmo de dias. A pessoa muda o seu comportamento e entra no mundo esquizofrênico, o que geralmente alerta e assusta muito os familiares. Não há uma regra fixa quanto ao modo de início, tanto pode começar repentinamente e eclodir numa crise exuberante, como começar lentamente sem apresentar mudanças extraordinárias, e somente depois de anos surgir uma crise característica. Geralmente a esquizofrenia começa durante a adolescência ou quando se é adulto jovem. Os sintomas aparecem gradualmente ao longo de meses e a família e os amigos que mantêm contacto freqüente podem não notar nada. É mais comum que uma pessoa com contacto mmais afastado por meses se aperceba melhor a esquizofrenia a desenvolver-se. Geralmente os primeiros sintomas são a dificuldade de concentração, que prejudica o rendimento nos estudos, estados de tensão de origem desconhecida mesmo pela própria pessoa, insônias e desinteresse pelas atividades sociais com consequente isolamento.
O que causa?

A causa da esquizofrenia só se sabe duas coisas é complexa e multifactorial. O cérebro, por si, possui um funcionamento extremamente complexo e em grande parte desconhecido. Essa complexidade aumenta se considerarmos, e temos de considerar, que o funcionamento do cérebro depende do funcionamento de outras partes do corpo como os vasos sangüíneos, o metabolismo do fígado, a filtragem do rim, a absorção do intestino, etc... Por fim, se considera outras variáveis nada desprezíveis como o ambiente social e familiar, a complexidade se torna inatingível para os recursos de que se dispõe. Provavelmente a esquizofrenia é resultado disso tudo. Na história da Medicina as doenças foram descobertas muitas vezes pelos grupos ou atividades de risco. As pessoas que passavam em determinado local e contraíam doenças comuns aquela região abriam precedentes nas pesquisas. Locais onde o solo era pobre em iodo, as pessoas adquiriam bócio locais onde havia certos mosquitos as pessoas podiam adquirir malária, dengue, febre-amarela. Locais infestados por ratos, adquirir leptospirose. Com a esquizofrenia, nunca se conseguiu identificar factores de risco, excepto o parentesco com algum esquizofrênico. Este facto dificulta as investigações porque não fornece as pistas nas quais os pesquisadores médicos precisam de se basear para pesquisar.
Como reconhecer o começo ?

O reconhecimento precoce da esquizofrenia é uma tarefa difícil porque nenhuma das alterações é exclusiva da esquizofrenia incipiente essas alterações são comuns a outras enfermidades, e também a comportamentos socialmente desviantes mas psicologicamente normais. Diagnosticar precocemente uma insuficiência cardíaca pode salvar uma vida, já no caso da esquizofrenia a única vantagem do diagnóstico precoce é poder começar logo um tratamento, o que por si não implica em recuperação. O diagnóstico precoce é melhor do que o diagnóstico tardio, pois tardiamente muito sofrimento já foi imposto ao paciente e à sua família, coisa que talvez o tratamento precoce evite. O diagnóstico é uma tarefa exclusiva do psiquiatra, mas se os pais não desconfiam de que uma consulta com este especialista é necessária nada poderá ser feito até que a situação piore e a busca do profissional seja irremediável. Qualquer pessoa está sujeita a ter esquizofrenia, a maioria dos casos não apresenta nenhuma história de parentes com a doença na família.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Sintomas Positivos



Os sintomas positivos estão presentes com maior visibilidade na fase aguda da doença e são as perturbações mentais "muito fora" do normal, como que “acrescentadas” às funções psicológicas do indivíduo.


Desta forma, estes sintomas podem ser:


Alucinações: este sintoma evidencia-se com a percepção de qualquer coisa que, na realidade, não existe. O exemplo mais comum de alucinação é a alucinação auditiva, devido à qual o doente ouve vozes que, na realidade, não existem e que, por isso, as outras pessoas não ouvem.

Delírios: são falsas convicções das quais o doente está seguro, pelo que convencê-lo do contrário é impossível.

Comportamento bizarro: manifesta-se sob a forma de um comportamento extravagante ou agressivo no confronto com situações que o doente não consegue enfrentar de outro modo.

Dissociação do pensamento: na prática, é a distorção da forma de pensamento, como a tendência para construir frases incompreensíveis, inventar palavras inexistentes.

quinta-feira, 19 de março de 2009

quinta-feira, 12 de março de 2009

Sintomas negativos



Mais do que de sintomas, deve falar-se de perda de sentimentos e emoções, visto que o doente não reage aos acontecimentos que deveriam perturbá-lo e não experimenta as emoções que outras pessoas em determinadas circunstâncias experimentam.

O comportamento, torna-se privado de criatividade e espontaneidade ou seja desconexado, dado que, o esquizofrénico começa a manifestar-se.

As relações sociais do doente também diminuem, e a afectividade torna-se menos marcada ou visível.


Assim sendo, denotamos no doente as seguintes situações:

Falta de emoções
Isolamento
Dificuldade de concentração
Apatia, ou estado de total indiferença e desinteresse face a qualquer tipo de estímulo.

Contexto social

Um doente esquizofrénico apesar das suas fragilidades, pode encontrar o seu espaço na sociedade através da reinserção dos mesmos nas/os:

»»
Oficinas de formação profissional;
»» Cursos de formação;
»» Programas temporários de inserção laboral em empresas públicas ou privadas
(bolsas de estudo, estágios, etc.);
»» Inserção em cooperativas sociais.

PAPEL DA FAMILIA



Para o doente esquizofrénico, a família deve ser um aliado do médico no tratamento da sua doença, pois a atitude dos familiares influencia a evolução da doença quase tanto como os fármacos, devendo ser flexível e paciente e adequando-se continuamente às diferentes fases da doença do esquizofrénico.

Mas isso só é conseguido se os familiares do doente receberem uma plena informação sobre a esquizofrenia que lhes permita melhorar a gestão do stress que deriva do facto de ter em casa um doente deste tipo.



O Curso e a Evolução da Esquizofrenia Enquanto Doença



A esquizofrenia é uma doença extremamente grave pois afecta as emoções, o pensamento, as percepções e o comportamento do indivíduo. No entanto a gravidade da esquizofrenia enquanto doença não está tanto no seu diagnóstico, mas no curso da mesma.
O curso da esquizofrenia é variável, Alguns pacientes recuperam-se totalmente, outros têm recorrências sem piora ou apresentam uma piora progressiva e a consequente cronificação.
Algumas características no início da doença são indicadoras de mau prognóstico, como ausência de factor desencadeante, ausência de sintomas afectivos, início insidioso, personalidade pré-mórbida alterada, isolamento social prévio, baixo desempenho educacional, pior ajustamento social, baixa classe social e presença de sintomas negativos. Em geral, quanto mais factores destes estão presentes, mais provavelmente a esquizofrenia terá um curso com deterioração progressiva. Em mulheres, o curso geralmente é mais benigno, com menos hospitalizações e melhor prognóstico. Um possível factor para explicar essas características da esquizofrenia no sexo feminino seriam os esterógenios, os quais atcuariam como protetores naturais.

No entanto existem dois motivos básicos que justificam a falta de segurança sobre o curso da esquizofrenia:


1- Falta de critérios uniformes nas pesquisas passadas sobre o assunto.
2- Dificuldade no acompanhamento ao longo de vários anos de um grupo grande de pacientes. As pesquisas precisam de ilustrar-nos se o que estamos a diagnosticar é uma doença com vários cursos naturais ou se são na verdade várias doenças cada qual com seu curso próprio.




Viver ou Lidar com a Esquizofrenia no Seio da Família

Viver ou Lidar com a Esquizofrenia no Seio da Família

Como: ?

Quando alguém na família tem esquizofrenia, o sofrimento estende-se a todos e muitas vezes tenta-se esconder a doença por causa do preconceito social. Entretanto quando a doença insiste em persistir, os sonhos se desfazem, a preservação da imagem não tem mais sentido porque a doença é mais grave que o preconceito. Assim surge a desesperança junto com a tristeza e o sentimento de perda da vida, da perspectiva e do futuro daquele que adoeceu tem que ser superado. A doença é completamente imprevisível, impõe-se e obriga-nos a mudar de postura diante da vida, diante da dor. A esquizofrenia não pode ser encarada como uma desgraça antes encarada como uma barreira natural para nossos planos e desejos pessoais.

Quando alguém na família possui esquizofrenia é necessário que toda a família mude e se adapte para que aliada a dor e ao sofrimento que a doença causa haja também felicidade pois apesar do cariz dramático que esta subjacente a doença o ser humano é capaz de ser e viver feliz com ela.

Conselho aos pais

Quando um filho tem esquizofrenia é os pais devem:
  • Procurar atendimento médico logo.
  • Procurar aprender sobre a doença para melhor entender o filho em suas necessidades.
  • Estabelecer expectativas realistas para a condição individual do filho doente.
  • Observar e aprender para melhor poder relatar os sintomas.
  • Saber respeitar seus próprios limites: não poderão ajudar adequadamente o doente se estiverem eles próprios precisando de ajuda.
  • Tentar o máximo possível estabelecer uma relação amistosa com o doente, com um objectivo e finalidade estabelecidos.
  • Estimular parentes e amigos de seu filho a estabelecerem uma relação saudável.
  • Comunicar-se de forma clara e objectiva, sem usar meias – palavras ou deixar mensagens subentendidas.
  • Principalmente: ter um ambiente emocionalmente estável em casa. Expressões hostis mesmo que não direccionadas para a pessoa doente afectam e prejudicam o esquizofrénico. Não exercer cobranças sobre ele. Expressar as emoções tanto positivas (alegria) quanto as negativas (raiva) sempre com moderação.